O clichê
Por estar tão cansada de clichês, acabou tornando-se um deles. E um completo!
Ela acordava todo dia as sete, tomava uma xícara de café e aguardava ansiosamente por uma mensagem - um simples oi já era o suficiente. Ouvia sempre as mesmas músicas, andava sempre pelos mesmos lugares, chorava sempre com os mesmos filmes. E a mensagem nunca chegava.
Por estar cansada dos conselhos, fechou-se para o mundo real e focou-se na ficção. E foi tornando-se o clichê. Começou acreditando no amor novamente - foi algo em um filme novo, ou coisa assim. Em pouco tempo viu-se começando novamente, conhecendo novas pessoas, envolvendo-se em novos relacionamentos e criando novos laços de amizade. Inaugurou seu diário e começou a escrever sobre o seu dia. Encontrou na última gaveta da cômoda seu vestido azul, que costumava ser seu favorito.
Quando percebeu, já era tarde. A vida já era outra.
Os lugares eram os mesmos, mas as pessoas eram outras. E as histórias também. E aos poucos foi apaixonando-se: por si mesma, pelos amigos, pela natureza, pelo universo.
E então não importava mais: clichê ou não, ao menos agora era o clichê de ser.
7 comentários
Natalia parabéns pelo texto adorei seu blog beijinhos
ResponderExcluirQue texto lindo. Você escreve muito bem. E seu blog é lindinho também, parabéns ♥
ResponderExcluirwww.kiridavenk.com.br
Que amor!
ResponderExcluirQue bom que criou coragem e entrou no beda! Boa sorte pra nós
Ai que texto maravilhoso, me identifiquei demais! Parabéns você escreve lindamente <3
ResponderExcluirBeijos
Adorei a poética do texto.
ResponderExcluirE por mais clichês de ser! <3
Beijos, Isis
www.isistomie.com
Que amor de texto! Sou um clichê também. Um clichê sempre em mutação, mas ainda assim um clichê.
ResponderExcluirAi q fofinho esse texto, simples e gostoso de ler 😍 amei!!!
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